sexta-feira, 8 de abril de 2011

Na semana do índio em Floresta é assim...



Em 2010, o Ponto de Cultura Sertão Itaparica Mundo aprovou, junto ao Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura - Funcultura, o projeto de criação do CineClube Florestano. Com os recursos deste projeto, foi possível realizar uma série de exibições, com temáticas diversas, em cinco escolas públicas de Floresta e algumas sessões do projeto Cinema e Música, no Bar dos Amigos, do companheiro Batata.

Como "só os diamantes são eternos" o projeto chega ao final com as exibições dos meses de abril e maio de 2011. Mas, as sessões do CineClube Florestano continuarão acontecendo em algumas escolas e em outros espaços de Floresta. Porém, a quantidade de sessões e filmes exibidos será um pouco menor

Em abril, acontece mais uma edição do projeto Cinema e Música, com a participação da banda Maria das Dores, que tocou, recentemente, no Festival Grito Rock Floresta. Antes da apresentação, sessão com o filme Durval Discos.

Sinopses dos filmes:

Da diretora Anna Muylaert, Durval Discos (SP, 2002) conta a história de um hippie solteirão que tem uma loja de discos e ainda mora com a mãe. Com a chegada do CD, recusa-se a vendê-los, mantendo-se fiel ao vinil. O inesperado aparecimento de uma menina mudará para sempre as vidas de Durval e de sua mãe dominadora, mostrando que tudo na vida tem um lado A e um lado B, como nos LPs. 

A Iniciação do Jovem Xavante (MT, 1999) é um filme que integra a coleção Cineastas Indígenas, do Pontão de Cultura Vídeo nas Aldeias. Dirigido por Divino Tserewahú, mostra o ritual de iniciação de jovens índios da etnia xavante. Neste registro audiovisual, diversos membros da aldeia elucidam o significado dos segmentos deste complexo cerimonial. 

Ãgtux (MG/DF, 2005) significa contar histórias. Dirigido por Tania Anaya, o filme mostra a cultura da etnia maxakali que habita o Vale do Mucuri, em Minas Gerais. Donos de um notável refinamento plástico e sonoro, os maxakalis vivem sob uma sombra de miséria amplamente divulgada pela mídia. O filme busca o que falta nas notícias: a riqueza dos grafismos, da língua e da vida cotidiana. 

Jornada Kamayurá (RJ, 1966), do alemão Heinz Forthmann, mostra como viviam os índios kamayurá do Alto Xingu, durante os anos 1960. Pela manhã, os homens vão à caça, as meninas colhem frutos e os meninos pegam gafanhotos. À tarde, os homens dedicam-se à cultura do algodão. As mulheres reservam a maior parte do tempo para cuidar da família... Um dia na vida cordial e bem-humorada dos kamayurá. 

O Poder do Sonho (MT, 2001), também dirigido pelo cineasta indígena Divino Tserewahú, mostra a festa do Wai’á - dentro do longo ciclo de cerimônias de iniciação do povo xavante - que introduz o jovem na vida espiritual, no contato com as forças sobrenaturais. O diretor dialoga com o seu pai, um dos dirigentes deste ritual, para revelar o que pode ser revelado desta festa secreta dos homens, onde os iniciandos passam por provações e perigos. 

Um filme lúdico que mostra o universo infantil das crianças panará. Depois do Ovo, a Guerra(MT, 2008), dirigido por Komoi Panará, apresenta um dia de brincadeira na aldeia. O tempo da guerra acabou, mas ainda continua vivo no imaginário das crianças. 

O Dia em que a Lua Menstruou (MT, 2004) é um filme dirigido por Takumã Kuikuro e Maricá Kuikuro. Durante uma oficina de vídeo na aldeia kuikuro, no Alto Xingu, ocorre um eclipse. De repente, tudo muda. Os animais se transformam. O sangue pinga do céu como chuva. O som das flautas sagradas atravessa a escuridão. Não há mais tempo a perder. É preciso cantar e dançar. É preciso acordar o mundo novamente.

(Arte do cartaz: Camila Cahú).

segunda-feira, 21 de março de 2011

Em Floresta é assim no carnaval...



...Frevo, maracatu, caboclinho, axé, samba. Não, não é isso que você vai encontrar em Floresta durante os “festejos de momo”. Não sou a pessoa mais indicada para falar no assunto, não sou nenhum carnavalesco nato, mas, depois de passar um carnaval em Triunfo e os dois últimos em Belém do São Francisco, pude fazer comparações e, como florestano, sentir inveja dos carnavais vizinhos.

Tenho inveja de Triunfo e seus belos, divertidos e coloridos caretas; Belém e seus bonecos gigantes, os primeiros do Brasil; Bezerros e seus papangús; o maracatu e os caboclos de lança da zona da mata; a bicharada do mestre Jaime em Salgueiro; os caiporas na cidade de  Pesqueira... Enfim tudo isso me faz começar a correr atrás desse mundo que nunca veria ficando aqui, a não ser pela televisão ou internet.

Passar o carnaval em Floresta? Pra que?! Pra assistir crianças (falando nisso, Floresta ainda tem conselho tutelar?), jovens e “adultos” rebolando ao som de suas “swingueiras” da Bahia? Nã, a Bahia tem coisa melhor, como Armandinho com suas guitarras e bandolins!  Suportar o tecno-brega e o arrocha, que vem fazendo enorme sucesso em nossa região com a “banda” Tarraxinha? (atração principal do carnaval de Floresta); ou então, não bastasse escutar durante o ano inteiro os forrós estilizados e de vaquejada, ainda me aparecem essas bandas com seus complexos de eletricidade. É “não sei o que elétrico” aqui, “fulano de tal elétrico” ali... Não. Obrigado!

Sei que tudo faz parte da cultura regional mas, por que não vejo animação no povo de Floresta em ir atrás de uma troça tocando frevo e marchinhas, assim como vi em Belém e em Triunfo? Animação esta que vi há alguns anos atrás, com o Bloco da Saudade e o Bloco do Urubu.  Quantas vezes aos meus doze, quinze anos de idade não fui atrás do “Urubu”, mesmo sem toda animação frenética, eu estava lá, saindo de onde fosse: Vulcão, Caetano, Praça do Cruzeiro, Rua de Baixo. E não me incomodava com o talco que Jarbas, organizador do bloco, jogava em quem acompanhava o bloco. Bons tempos...

Em outras cidades dá prazer sair à tarde com sua turma. Ver os cidadãos e visitantes desfilarem pelas ruas com suas fantasias. Por mais simples que sejam, deixam todo carnaval mais belo. Aqui em nossa cidade tem que sair no mínimo às 22h, antes disso você tem grandes chances de encontrar a rua deserta. E é impressionante como uma simples peruca causa o espanto da população. Espero que isso possa mudar um dia em nossa cidade.

Em Floresta é assim, carnaval tem que sair como se fosse para uma festa de casamento. Use sua melhor roupa e seu melhor calçado. Afinal, carnaval é só uma vez por ano!!!

sexta-feira, 11 de março de 2011

1, 2, 3... Testando... Câmbio...

Olá!
        Criei este blog com a iniciativa de mostrar o que temos de melhor e até o que nem sempre é bom em nossa cidade e micro-região. Não quero tornar este mais um blog intelectual na internet, não tenho alcunha para tal proeza. Apenas quero compartilhar minhas idéias a respeito daquilo que me agrada e desagrada, mas sem me restringir à cultura local.

Não quero que pensem que estou aqui para tornar esse espaço um lugar para debates políticos/partidários. Mas, sabendo que isso será inevitável, sempre usarei de imparcialidade. Afinal, não tenho rabo preso a seu ninguém!  Esse espaço não ficará preso a um único assunto. Quero abordar o máximo de informação útil, seja material impresso, fotografia, texto, música, cinema, arte cênica, dança e etc.

Falando dos costumes do nosso dia-a-dia recentemente criei a comunidade no Orkut  “Em Floresta é assim...”, não satisfeito com o modo de agir de várias pessoas, que ao invés de fazer algo útil de sua vida, preferem cuidar da vida dos outros! Ah, vá ler um livro! A comunidade não foi uma idéia 100% minha (afinal, ctrl+c, ctrl+v está presente na vida de todos, né?!).

Outro motivo importante será a possibilidade de compartilhar um pouco de meu gosto pela arte em geral. Uma tarefa nada fácil... mas vou tentar! Acho que as pessoas deveriam buscar algo diferente daquilo do dia-a-dia, e não digerir aquilo que está na ‘‘moda’’ e passa na televisão ou rádio mais próximos de seus olhos e ouvidos.

Enfim, peço que não me julguem por essa primeira postagem. Como estou começando sei que errarei várias vezes, mas espero adquirir experiência ao passar do tempo e tornar dos meus textos uma leitura agradável. Que vocês descubram coisas que estavam tão próximas e quão boas são!

Aguardem pelo próximo post!